quarta-feira, 30 de outubro de 2013

SER IGUAL A ÁGUA



O rei queria casar sua filha com um homem sábio. Então ele fez um concurso em que o candidato teria que dar uma grande demonstração de sabedoria. Porém, aos candidatos foi dito somente, que venceria o concurso, aquele que levasse à princesa um presente que refletisse um desejo do próprio candidato. Foi dito também que o escolhido teria o seu desejo realizado pelo próprio rei.

Os fidalgos se prepararam, pois a bela princesa era muito cortejada. No dia da festa realizada para a ocasião, viu-se muitos presentes e entre eles alguns muito cobiçados. De todos, três chamaram mais atenção:
O primeiro levou um pote de ouro e disse que o seu desejo era ter 10 vezes o peso da princesa em ouro. O rei então perguntou o porquê daquele desejo.
- Este é para que não falte riqueza para sua filha majestade.
O segundo levou o mapa de suas terras e disse que seu desejo era ter todo o reino em suas mãos. E o rei perguntou-lhe o porque do desejo.
- Quero ter todas as terras para dar muitos poderes a princesa.
O terceiro entrou com um lindo e grande jarro bordado com fios de ouro, porém só continha água. E todos riram.

Ele disse que o seu desejo era ser igual a água. O rei não entendeu, mas, perguntou o motivo do desejo. E o jovem continuou.
- Majestade, a água pode ser sólida, líquida, gasosa e se adapta a qualquer superfície. Tem o maior poder de flexibilidade.
E assim terei a condição ideal para me adaptar a qualquer circunstância que a vida requerer, para atender aos desejos da Princesa:
No inverno, tomarei posse de todas as terras como o gelo do continente. Teremos então muito poder.
Na primavera, serei líquido para garimpar nos córregos e rios as pepitas de ouro que guardam seus leitos. Teremos então muita riqueza.
No verão, serei as nuvens que regarão as plantações, para alimentar os rebanhos e o nosso povo. Assim não faltará alimento no reino.
Todos ficaram em silêncio quando o rei perguntou.
- E no outono?
- No outono promoverei festas ao meu povo, mostrando-lhes com minha presença constante, que faço parte de suas vidas. É como a água, presente em todos os lugares e corpos. Nesta forma, teremos o reinado de maior comunhão com o povo e por isso, o mais próspero.
-Mas esse desejo eu não posso lhe conceder.
-Isto não é preciso meu rei, basta me conceder o que puder e desejar, que eu deverei me adaptar.

Todos então se curvaram diante daquele jovem, quando o rei o escolheu para desposar a princesa, reconhecendo, que embora tivesse pouco para dar naquele momento, teria muito a contribuir para o reino ao longo de sua vida.

(Odylanor Havlis )

TENTAR MAIS UMA VEZ



Era uma vez um grande violinista chamado Paganini.
Alguns diziam que ele era muito estranho.
Outros, que era sobrenatural. As notas mágicas que saiam de seu violino tinham um som diferente, por isso ninguém queria perder a oportunidade de ver seu espetáculo.
Numa certa noite, o palco de um auditório repleto de admiradores estava preparado para recebê-lo.
A orquestra entrou e foi aplaudida.
O maestro foi ovacionado.
Mas quando a figura de Paganini surgiu, triunfante, o público delirou. Paganini coloca seu violino no ombro e o que se assiste a seguir é indescritível.
Breves e semibreves, fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias parecem ter asas e voar com o toque daqueles dedos encantados.

De repente, um som estranho interrompe o devaneio da platéia.
Uma das cordas do violino de Paganini arrebenta.
O maestro parou.
A orquestra parou.
O público parou.
Mas Paganini não parou. Olhando para sua partitura, ele continua a tirar sons deliciosos de um violino com problemas.
O maestro e a orquestra, empolgados, voltam a tocar.
Mal o público se acalmou quando, DE REPENTE, um outro som pertubador derruba a atenção dos assistentes.
Uma outra corda do violino de Paganini se rompe.
O maestro parou de novo.
A orquestra parou de novo.
Paganini não parou.
Como se nada tivesse acontecido, ele esqueceu as dificuldades e avançou tirando sons do impossível.
O maestro e a orquestra, impressionados voltam a tocar.
Mas o público não poderia imaginar o que iria acontecer a seguir.
Todas as pessoas, pasmas, gritaram: “Ooooh”!
Que ecoou pela abobadilha daquele auditório.
Uma terceira corda do violino de Paganini se quebra.
O maestro pára.
A orquestra pára.
A respiração do público pára.
Mas Paganini não pára.
Como se fosse um contorcionista musical, ele tira todos os sons da única corda que sobrara daquele violino destruído.
Nenhuma nota foi esquecida. O maestro empolgado se anima.
A orquestra se motiva.
O público parte do silêncio para a euforia, da inércia para o delírio. Paganini atinge a glória.
Seu nome corre através do tempo.
Ele não é apenas um violinista genial. É o símbolo do profissional que continua diante do impossível.

Eu não sei o tipo de problemas que você está tendo. Pode ser um problema pessoal, conjugal, familiar, sei lá o quê é que está afetando sua estima ou seu desempenho profissional. Mas uma coisa eu sei.
Nem tudo está perdido. Ainda existe uma corda e é tocando nela que você exercerá seu talento.
Tocando nela é que você irá vibrar.
Aprenda a aceitar que a vida sempre lhe deixará uma última corda.
Quando você estiver desanimada(o), nunca desista.
Ainda existirá a corda da persistência inteligente, do "tentar mais uma vez ", do dar um passo a mais com um enfoque novo.
Desperte o Paganini que existe dentro de você e avance para vencer. Vitória é a arte de você continuar, onde os outros resolvem parar.
Quando tudo parece ruir, dê uma chance a você mesma(o) e vá em frente. Toque na corda da motivação e tire sons de resultados positivos. Mas antes pergunte:
quem motiva o motivador? Isto é: quem motiva seu cérebro, que motiva sua mão, que toca seu violino ?
Não se frustre, não se desespere, lembre-se: ainda existe a última corda: a do aprender de novo para deslumbrar e gerar soluções.
Nunca a vida lhe quebrará todas as cordas. Se os resultados estão mal, é a sua oportunidade de tocar a última corda, a da imaginação que reinventa o futuro com inovação contínua.

É sempre a corda esquecida que lhe dará o maior resultado.

A RAPOSA E O LENHADOR



Existiu um lenhador viúvo que acordava às 6h da manhã, trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite.
Ele tinha um filho lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.
Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho.
Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada.
Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem, e portanto, não era confiável.
Quando ela sentisse fome comeria a criança.
O lenhador sempre retrucando com os vizinhos falava que isso era uma grande bobagem.
A raposa era sua amiga e jamais faria isso.
Os vizinhos insistiam:
- "Lenhador abra os olhos ! A raposa vai comer seu filho."
- "Quando sentir fome, comerá seu filho !
Um dia o lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários ao chegar em casa viu a raposa sorrindo como sempre e sua boca totalmente ensanguentada...
O lenhador suou frio e sem pensar duas vezes acertou o machado na cabeça da raposa...
Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranquilamente e ao lado do berço uma cobra morta...
O Lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.

Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito, siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar.
E principalmente não tome decisões precipitadas!